Hoje vamos degustar um pouco da poesia de Gilberto Mendonça Teles, escritor, crítico, professor. De Goiás para o Mundo, teve seus livros escritos em diversas línguas e ficou famoso por toda a Europa. Recebeu vários prêmios por sua obra sendo o de maior importância o prêmio Machado de Assis, considerado o maior prêmio literário do Brasil, pela Academia Brasileira de Letras.
Um poeta considerado por Drummond “Estilística da Repetição”, posso acrescentar que é também um decifrador da alma pelo intelectual, de simples palavras, que muitas vezes sem sentido, vira puro sentimento. Podemos perceber sua grandeza a partir da poesia "Criação"
"O verbo nunca esteve no início
dos grandes acontecimentos.
No início estamos nós, sujeitos
sem predicados,
.....................tímidos,
............................... embaraçados,
às voltas com mil pequenos problemas
de delicadezas,
.....................de tentativas e recuos,
neste jogo que se improvisa à sombra
do bem e do mal.
No início estão as reticências,
este-querer-não-querendo,
os meios-tons,
..................a meia- luz,
.................................os interditos
e as grandes hesitações
que se iluminam
.....................e se apagam de repente.
No início não há memória nem sentença,
apenas um jeito do coração
enunciar que uma flor vai-se abrindo
no seu dia de festa, ou de verão.
No início ou no fim (tudo é finício)
a gente se lembra de que está mesmo com Deus
à espera de um grande acontecimento,
mas nunca se dá conta de que é preciso
ir roendo,
.............roendo,
.......................roendo
um osso duro de roer."
.......................................Álibis, 2000.
Em Foco! Imagem que aqui se encontra tem o poema “Hino do Sono” belas palavras.
Em breve voltarei a postar mais poesias de GMT, por agora convido a todos a visitar um dos vários sites que fala de sua obra - http://gilbertomendoncateles.kit.net/poemas.htm
Abraços...
Até breve...

Nenhum comentário:
Postar um comentário