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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Em Foco!

Hoje coloco em “Foco” a minha querida Cecília Meireles que trago no coração e nas lembranças já dos tempos de primário em que passávamos horas na biblioteca da Escola M. Julia Kubitschek com o professor, lendo e relendo seus contos, suas historias e poesias, dentre outro escritores.

Órfã desde seus 3 anos foi criada pela avó. Desde cedo habituou-se ao exercício da solidão, tendo precocemente desenvolvido sua consciência e sensibilidade. Começou a escrever poesia aos 9 anos de idade. Tornou-se professora pública aos 16, destacando-se como aluna exemplar. Dois anos depois iniciou sua carreira literária com a publicação de Espectros (1919), uma coleção de sonetos simbolistas.

Poetisa, professora, pedagoga e jornalista, cuja poesia lírica é altamente personalista, freqüentemente simples na forma, mas contendo imagens e simbolismos complexos, deu a ela importante posição na literatura brasileira do século XX. Nasceu  e faleceu na cidade do Rio de Janeiro (1901/ 1964).

Tenho os meus poemas preferidos como “Retrato, É preciso não esquecer nada, Ou isto ou Aquilo...”, apesar de ser muito difícil escolher, se deleitar e se perder em suas palavras é fácil fácil. Hoje escolhi um em especial!

Tu Tens um Medo

Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
Não ames como os homens amam.
Não ames com amor.
Ama sem amor.
Ama sem querer.
Ama sem sentir.
Ama como se fosses outro.
Como se fosses amar.
Sem esperar.
Tão separado do que ama, em ti,
Que não te inquiete
Se o amor leva à felicidade,
Se leva à morte,
Se leva a algum destino.
Se te leva.
E se vai, ele mesmo...
Não faças de ti
Um sonho a realizar.
Vai.
Sem caminho marcado.
Tu és o de todos os caminhos.
Sê apenas uma presença.
Invisível presença silenciosa.
Todas as coisas esperam a luz,
Sem dizerem que a esperam.
Sem saberem que existe.
Todas as coisas esperarão por ti,
Sem te falarem.
Sem lhes falares.
Sê o que renuncia
Altamente:
Sem tristeza da tua renúncia!
Sem orgulho da tua renúncia!
Abre as tuas mãos sobre o infinito.
E não deixes ficar de ti
Nem esse último gesto!
O que tu viste amargo,
Doloroso,
Difícil,
O que tu viste inútil
Foi o que viram os teus olhos
Humanos,
Esquecidos...
Enganados...
No momento da tua renúncia
Estende sobre a vida
Os teus olhos
E tu verás o que vias:
Mas tu verás melhor...
... E tudo que era efêmero
se desfez.
E ficaste só tu, que é eterno.

Aproveitem para ler o poema retirado do livro Poema Escrito na Índia que esta em destaque na imagem do Foco abaixo:

Abraços...
Até breve...

Fonte: http://www.revista.agulha.com.br
                http://www.releituras.com

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