
De origem latina, na definição etimológica ela é formada a partir do adjectivo “idem” ( o mesmo) e do sufixo “-dade” (indicador de um estado ou qualidade). Como tal, ela conduz à sua aplicação como qualificadora daquilo que é idêntico ou o mesmo, sendo, portanto, identificadora de algo que permanece.
O termo Identidade tem vários significados distintos e importantes, em vários campos de estudo como na Sociologia, que diz que é o compartilhar de várias idéias e ideais de um determinado grupo. Para a Antropologia, consiste na soma nunca concluída de um aglomerado de signos, referências e influências que definem o entendimento relacional de determinada entidade, humana ou não-humana, percebida por contraste, ou seja, pela diferença ante as outras, por si ou por outrem.
Ressalto aqui a identidade social que é o «nós», é a expressão pública da pessoal e corresponde às diferentes integrações sociais que nós temos ao longo da vida e,inevitavelmente, aos diferentes papéis que desempenhamos e aos estatutos correspondentes. A identidade pessoal é o «eu», aquilo que me permite, pela história pessoal que tenho, afirmar-me como um «eu», percebendo a existência de uma constância na diversidade circunstancial.
Visto o vasto campo de definição de identidade como visual, corporativa, nacional, gênero, social, cultural, objetos e digital, paro por aqui, e como tudo acaba em poesia neste blog, fique a vontade para se deleitarem.
Identidade
Às vezes nem eu mesmo
Sei quem sou.
Às vezes sou
“o meu queridinho”.
Às vezes sou malcriado.
Para mim
Tem vezes que eu sou rei,
Herói voador,
Caubói lutador,
Jogador campeão.
Às vezes sou pulga,
Sou mosca também,
Que voa e se esconde
De medo e vergonha.
Às vezes eu sou o Hércules,
Sansão vencedor
Peito de aço
Goleador.
Mas que importa
O que pensam de mim?
Eu sou eu,
Sou assim,
Sou menino.
(Pedro Bandeira)
Preciso ser um outro
para ser eu mesmo
Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta
Sou pólen sem insetos
Sou areia sustentando
o sexo das árvores
Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro
No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço
(Mia Couto)
A identidade, como a pele,
renova-se, perde-se de sete
em sete anos, muda no mesmo
corpo, torna diferente
a permanência humana.
A identidade é a soma
das intenções, uma foto
instantânea para um propósito
imediato que não dura.
A identidade é um equívoco
para camuflar o coração.
(Pedro Mexia)
Abraços...
Até breve...
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